Copom eleva taxa Selic para 12,75% ao ano, maior patamar desde 2017

É o décimo aumento seguido da taxa básica de juros da economia; Banco Central iniciou alta em março do ano passado. Copom vem elevando a Selic na tentativa de conter a inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (4) a taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano. A decisão foi unânime.

O aumento de um ponto percentual representa o décimo avanço seguido da taxa básica de juros da economia.

Com isso, a Selic atinge o maior patamar em mais de cinco anos. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 13% ao ano.

Na reunião anterior, em março, o Copom registrou em ata que elevaria a taxa novamente em um ponto percentual. Assim, o aumento para 12,75% em maio era esperado pelo mercado financeiro.

A evolução da taxa Selic

Desde 2017, em % ao ano

Fonte: Banco Central

A decisão do Copom

No comunicado, o comitê considerou “provável” elevar novamente a taxa Selic na próxima reunião, em meados de junho. Porém, o avanço da taxa deverá ter “menor magnitude” do que o aumento atual, de um ponto percentual.

“O Copom considera […] apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, lê-se no comunicado.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a indicar em março que o aumento da taxa para 12,75% seria o último avanço previsto para o ano.

Porém, ele próprio admitiu em abril que a inflação havia surpreendido expectativas da instituição – o que abre caminho para novas elevações da Selic.

Na mesma linha, o comitê avaliou, no comunicado, que a inflação sentida no bolso dos consumidores “seguiu surpreendendo negativamente”.

Nesse cenário, o Copom afirmou que as premissas e projeções do comitê passam a ter um nível de incerteza “maior do que o usual”. Para 2022, o Copom trabalha com uma previsão de inflação de 7,3% e, para 2023, de 3,4%.

Por fim, o comitê afirmou que a alta da inflação é impulsionada principalmente por dois fatores:

  • a elevação de preços difundida no mundo todo, como consequência da pandemia da Covid e da guerra na Ucrânia;
  • a “incerteza” dos investidores em relação ao cumprimento, por parte do governo, das regras fiscais do país.

Entre as principais normas em vigor para controlar os gastos públicos estão a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos, elevado pelo governo em 2022 para encaixar o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

Fonte: G1

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