Alta da Selic: aumento da taxa gera novas opções de retorno com investimentos, por Dionatan Severo

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juros, em março deste ano, marcou uma nova era da política monetária. Na ocasião, em resposta à escalada dos riscos fiscais, do câmbio e da inflação, o Banco Central aumentou em 0,75% a taxa Selic – o primeiro aumento desde julho de 2015. Neste mês, o Copom realizou novo aumento de 0,75% na Selic, que ficou em 3,50% ao ano. Esse movimento acontece porque a pressão inflacionária dos últimos meses afetou os preços dos combustíveis, alimentos e diversas commodities. Além disso, outros fatores como a dinâmica de preços do câmbio, a evolução da pandemia e o risco fiscal também contribuíram com o cenário.

Nos próximos meses, devemos observar novos aumentos, já que a persistência dos altos patamares de preços surpreendeu o mercado e trouxe a sua projeção de inflação para 5% em 2021, bem próxima de estourar a meta para o período, que é de 5,25%. Todo esse movimento influencia diretamente uma série de investimentos que tem rendimento atrelado à Selic, gerando novas oportunidades de rentabilizar o seu dinheiro.

Baixo risco e liquidez

A renda fixa pós-fixada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), modalidade de investimento mais conservadora e com foco na defesa de patrimônio, passa a ter maior rentabilidade. Já os investimentos pré-fixados ao CDI, podem ser uma opção interessante em função da previsibilidade em relação ao retorno, mas vale ficar atento à projeção da Selic para o final do período de investimento na hora de considerar esta opção. Já investidores que buscam baixo risco e um rendimento superior ao da poupança encontram no RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) uma ótima opção.

Em termos de risco, o aumento da Selic tem potencial de elevar o custo do serviço da dívida de empresas – os juros pagos no empréstimo. Este é um ponto de atenção para investimentos de renda fixa atrelados a Crédito Privado. Por esse motivo, é de grande importância uma análise detalhada antes de investir nessa modalidade. Modalidades mais conservadoras como a poupança podem ser uma alternativa para formação de reserva de emergência e liquidez imediata. A poupança pode não render muito atualmente, mas a rentabilidade é certa a cada mês de aniversário e o investimento tem o benefício de não sofrer cobrança de imposto de renda. Além disso, no Sicredi os associados contam com a possibilidade de ter o benefício de um rendimento adicional a partir da distribuição de resultados de sua cooperativa.

Atenção com a renda variável

Apesar da Selic não afetar diretamente os investimentos em renda variável, seus reflexos na economia podem, por exemplo, afetar as aplicações em ações. Ao aumentar a Selic algumas das consequências são o encarecimento do crédito imobiliário e a diminuição do consumo. Neste cenário, estes fatores impactam ações de empresas que atuam no mercado imobiliário ou de consumo discricionário (lazer, vestuário, hotéis, restaurantes, entre outros). Os efeitos, no entanto, são sentidos a médio prazo. Para investir em renda variável é fundamental que seja realizado um monitoramento de cenário para encontrar as melhores oportunidades e identificar riscos que impactem o setor ou a empresa listada pretendida. Se você não é habituado a acompanhar esses movimentos, é importante contar com o auxílio de um especialista que acompanhe constantemente o mercado.

Em qualquer aplicação é crucial que a opção seja adequada ao perfil do investidor. Antes de decidir investir em produtos atrelados ao CDI, abrir mão da liquidez ou aplicar em ações, fundos multimercado ou qualquer outra modalidade, é preciso fazer alguns questionamentos. Pontos como tolerância ao risco, urgência do dinheiro e entendimento do produto devem ser levados em consideração. A partir das respostas busque entender qual é, de fato, o seu perfil de investidor.

Independentemente de ter muitos ou poucos recursos para aplicar, a diversificação de portfólio deve ser levada em consideração. Essa flexibilidade permite obter rentabilidade em diferentes cenários e mitigar os riscos de concentrar recursos em um único tipo de investimento. Nesse sentido, o Sicredi conta com um portfólio com diversas opções de que atendem todos os perfis de investidores e cria soluções para que a composição de carteira seja mais fácil para quem investe. Recentemente, por exemplo, lançamos três novos fundos de investimento que se adequam diretamente ao perfil, deixando a diversificação da carteira à cargo da equipe gestora do fundo. São produtos acessíveis, nos quais é possível realizar aplicações a partir de RS 1,00 e, em breve, estarão disponíveis para todos os associados do Sicredi.

Por fim, antes de investir, considere produtos de instituições com solidez financeira e que sejam bem avaliadas nas principais agências de classificação de risco do mercado e ofereçam um atendimento próximo com equipes à disposição para auxiliar a lidar com as aplicações de forma simples e responsável. Investimentos feitos em cooperativas de crédito fortalecem as economias locais e contribuem com o desenvolvimento das regiões em que estão presentes. O cooperativismo tem se consolidado cada vez mais como uma alternativa para investimentos e também como um modelo sustentável que gera valor para os associados, colaboradores e comunidade.

Dionatan Severo é gerente de Produtos de Investimento e Previdência do Sicredi.

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