MundoCoop: Crédito e seguro rural tem recorde nas contratações e cooperativismo ganha destaque

O crédito rural teve uma contratação total de mais de R$ 24 bilhões e o seguro rural facultativo cresceu 40% em cinco meses

O desempenho do crédito rural nos primeiros 30 dias do Plano Safra 2020/2021 superou as expectativas, mostrando que o setor do Agronegócio está descolado da crise conjuntural da economia em decorrência da pandemia do coronavírus. Os números divulgados no Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021 nesta quarta-feira (5) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostram que os R$ 24,15 bilhões contratados no primeiro mês do Plano Safra representam 50% a mais que o mesmo período do ano passado.

“Nós tivemos um crescimento expressivo no valor aplicado no primeiro mês do Plano Safra e nos dá alento por acreditar que estamos no caminho certo e que os produtores estão confiando na redução das taxas de juros, na estabilidade do mercado, na economia brasileira e confiando na gestão do Ministério da Agricultura. Todos esses fatores são um crédito a mais para a ministra Tereza Cristina”, comemora Cesar Halum, secretário de Política Agrícola.

De acordo com a avaliação, observa-se crescimento em todas as modalidades de financiamento. O destaque mais significativo foi o aumento de 110% nos financiamentos de investimento, sendo contratados R$ 5,2 bilhões. São os investimentos em infraestrutura produtiva que asseguram a sustentabilidade da atividade ao longo do tempo.

Quanto aos programas de investimento, praticamente todos cresceram mais de 100%, na variação comparativa com o mesmo mês do ano agrícola anterior, com destaque para o Moderagro (535%), Moderinfra (413%), Programa ABC (134%) e Inovagro (175%).

O crédito de custeio também teve alta de 39%, com R$ 15 bilhões contratados, indicativo de grande motivação dos agricultores para o cultivo da safra que se inicia. O Pronamp (médios produtores) teve um aumento de 26% no número de contratos de custeio (20 mil) e de 32% no valor aplicado (R$ 3,4 bilhões). Já o Pronaf (agricultura familiar) cresceu, respectivamente, 36% nos contratos (81,3 mil) e 57% em desembolso (R$ 2,8 bilhões).

Com R$ 1,8 bilhão em empréstimos destinados à comercialização, 17% de aumento em relação a igual período da safra passada, mostra que os preços agrícolas, em geral, seguem bastante remuneradores, fazendo com que os produtores comercializem seus produtos ao invés de estocarem a espera de melhores preços.

>>Confira aqui o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021

Seguro Rural

O mercado de seguro rural facultativo cresceu cerca de 40% nos cinco primeiros meses deste ano, que deve encerrar com 15 milhões de hectares cobertos. Para 2021, com os aportes do Plano Safra 2020/2021, deve atingir 21 milhões de hectares segurados.

Os dados foram divulgados por Ivandré Montiel da Silva, presidente da BrasilSeg, empresa da BB Seguros, holding que concentra os negócios de seguros do Banco do Brasil. Para o seguro rural de 2021, o governo disponibilizou R$ 1,3 bilhão, valor que deve possibilitar a contratação de 298 mil apólices.

“Existe uma nova percepção do produtor rural em relação ao seguro. Isso pode ser facilmente demonstrado no nível de tomada de seguro rural facultativo nesses cinco primeiros meses do ano. O mercado cresceu 40% (nesse período)”, disse Silva, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio 2020, na segunda-feira (3/8).

Segundo ele, entre 2019 a 2020, as seguradoras pagaram de sinistro cerca de R$ 13,6 bilhões em indenizações aos produtores rurais. “Em especial, neste ano, tivemos uma seca muito grande no Rio Grande do Sul, onde houve uma grande quantidade de indenizações pagas aos produtores rurais”, destacou Silva.

Cooperativismo

Crédito – O cooperativismo tem ganhado grande notoriedade quando o assunto é crédito rural, exemplo disso é o Sicredi que tomou a frente e ofertou mais de R$ 22,9 bilhões para o setor agropecuário dentro do Plano Safra 2020/21, 10% acima do montante disponibilizado na safra 2019/20.  A estimativa inicial é de que os recursos sejam distribuídos em, aproximadamente, 227 mil operações.

Do valor total, R$ 10,4 bilhões devem se destinar a operações de custeio, comercialização, industrialização e investimento, R$ 5,2 bilhões via Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e R$ 4,3 bilhões via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), além de R$ 3 bilhões com recursos direcionados, oriundos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Seguro – Ainda, nos primeiros cinco primeiros meses deste ano, o Sicredi registrou um aumento de 60% de seguros em área de lavoura em comparação com mesmo período de 2019, e de 77% em importância segurada no segmento agrícola nos Estados do Paraná e São Paulo.

Dados do Sicredi mostram ainda que, em todo o Brasil, o seguro agrícola disponibilizado pelas cooperativas filiadas à instituição financeira evitou mais de R$100 milhões em prejuízos aos associados nos últimos 12 meses, principalmente em virtude de seca. Deste total, cerca de R$ 14,2 milhões foram destinados a produtores associados no Paraná e em São Paulo.

“Os seguros rurais permitem que os produtores possam investir com mais tranquilidade em sua atividade, mantendo-se competitivos no agronegócio, mesmo sob condições de perda patrimonial ou eventual frustração de safra. Traz estabilidade financeira para o negócio, garantindo que os recursos investidos na implementação da lavoura sejam ressarcidos em eventual perda decorrente de eventos climáticos garantidos na apólice”, explica o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/SP/RJ, Devanir Brisola.

A preocupação se estende também para segmento de seguros de vida para trabalhadores do campo. MAG Seguros, que tem um forte braço no cooperativismo do agronegócio, tem uma linha voltada para a distribuição de seguro de vida (incluso no seguro rural) por cooperativas.

No primeiro semestre deste ano, houve um aumento de 40% na comercialização de seguros por cooperativas em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a companhia está desenvolvendo um portfólio 100% voltado para o profissional do campo.


Por MundoCoop com informações do Mapa e Globo Rural

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