Dados consolidados sobre as operações de crédito, após o início da pandemia, mostram concessões de quase R$ 1 trilhão, além de queda nas taxas de juros e spreads

As concessões de crédito para o período de 01 de março a 22 de maio de 2020 já somam R$ 914,2 bilhões, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas. Estes dados incluem os números oficiais já divulgados pelo Banco Central para os meses de março e abril, que atingiram R$ 692,1 bilhões, considerando o total das operações de crédito. Também incluem dados consolidados pela FEBRABAN para até o dia 22 de maio, neste caso, considerando apenas as operações no segmento livre de crédito, que já somam 222,1 bilhões.

Além disso, nesse período de 01 de março a 22 de maio, o setor já renegociou 9,7 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 550,1 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 61,5 bilhões. Esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas (R$ 33,1 bilhões).

O quadro a seguir traz a evolução das concessões de crédito nos meses de março e abril de 2020, após a pandemia, comparando com o mesmo período em 2019, quando o mercado de crédito vinha em ritmo de crescimento, em especial no segmento livre.

Os números apontam para um crescimento importante das operações de crédito neste período após a pandemia, em especial no segmento de pessoas jurídicas. No caso das famílias, nota-se uma esperada retração da demanda por novas contratações, em linha com a queda da atividade econômica decorrente da estratégia de distanciamento social. Lembre-se que os números já divulgados pelo IBGE registraram um recuo de 1,5% do PIB do 1T deste ano na comparação com o 4T de 2019 e as estimativas de mercado indicam que, no 2T de 2020, a queda pode ser superior a 10%, o que deve impactar fortemente na demanda por crédito.

Conforme antecipado pela FEBRABAN, os dados oficiais do BC mostram que as taxas de juros e os spreads bancários declinaram desde o início da pandemia, como se pode observar no quadro abaixo.

Quadro 2 – Taxa de Juros e Spread Bancário

Mesmo com a expansão das concessões, do aumento do risco nas operações de crédito e da inadimplência, que já se refletiu na elevação significativa das provisões, as taxas de juros e os spreads bancários recuaram no período. A taxa de juros para o conjunto das operações de crédito recuou de 23,1% para 21,5% ao ano. E o spread médio das operações de crédito caiu de 18,6% para 17,2%.

Fonte: FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos

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