Livro da Febraban propõe redução de juros

Como incentivo ao debate para contribuir na queda dos juros e no crescimento da economia no País, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) está lançando o livro Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil, que faz um diagnóstico sobre o tema e pretende envolver, nesse esforço, os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e toda a sociedade. Elaborado pela equipe de especialistas da entidade, o livro sugere que o debate sobre os juros seja propositivo e baseado em dados técnicos, para alcançar resultados efetivos e auxiliar a economia brasileira a crescer mais.

O trabalho faz um raio-x dos custos do crédito e apresenta uma série de medidas concretas e viáveis que podem levar à redução das taxas de juros. A obra discute temas polêmicos, como concentração bancária, spread bancário, cartão de crédito, cheque especial, entre outros.

Como se fez com a hiperinflação, os juros altos também precisam ser debatidos por toda a sociedade com base em um plano estruturado e medidas objetivas. “Juros altos não são bons para ninguém, nem para os bancos”, diz Murilo Portugal, presidente da Febraban. “Para o Brasil crescer mais, os juros precisam cair mais.”

A chegada de um novo governo e um novo Congresso é um momento adequado para retomar essa discussão e envolver o público. A Febraban espera que o livro seja lido, debatido e aperfeiçoado, com críticas e sugestões que poderão ser feitas no site em que se pode baixar a publicação (www.jurosmaisbaixosnobrasil.com.br). Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil também está sendo distribuído gratuitamente em 14 lojas das redes das livrarias Cultura e Saraiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

O livro mostra como os altos custos de fazer negócios no Brasil também afetam o setor bancário, como em diversos segmentos da economia. Os preços das roupas, carros e eletrônicos são mais altos no País do que em outros lugares. Do mesmo modo, o juro, que é o preço do dinheiro, é mais alto. Um dos pontos tratados é o spread bancário – a diferença entre o custo de captação do dinheiro emprestado e o valor cobrado de quem toma o empréstimo.

O trabalho detalha como 85% do spread se deve aos custos da atividade de intermediação financeira. Entre eles estão os custos associados à inadimplência (37%), as despesas tributárias, regulatórias e fundo garantidor de créditos (23%) e os gastos administrativos (25%). Apenas 15%, a menor parcela, representam a margem financeira, o lucro dos bancos. A obra trata ainda de outras questões sobre as quais frequentemente há opiniões baseadas em informações incorretas. Entre elas, está o papel da concentração bancária na formação da margem de lucro dos bancos.

“Queremos estimular o debate com base em análise técnica, com dados, para construirmos uma solução que não está apenas nas mãos dos bancos”, afirma Portugal.

Entre as medidas propostas pela Febraban para reduzir os juros no Brasil estão a aprovação do cadastro positivo e da nova lei de falências; mais facilidade para que os bens dados em garantia por empréstimos sirvam, de fato, como seguro contra inadimplência; eliminação da tributação indireta que onera o crédito; federalização da competência para criar leis que dispõem sobre o sistema bancário; criação de um ambiente competitivo e saudável para as fintechs e redução dos compulsórios sobre os depósitos nos bancos. Para ampliar o debate, além do livro, está sendo lançada uma campanha publicitária em jornais, TVs e rádios sobre o assunto.

Fonte: www.mundocoop.com.br

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