Valor Econômico: Cooperativas são opção de crédito para pequenas empresas

ValorBrasília (29/7/16) – O jornal Valor Econômico publicou hoje uma reportagem destacando as cooperativas de crédito como alternativas viáveis para pequenas empresas. A matéria evidencia as vantagens em relação aos demais bancos do Sistema Financeiro Nacional, dentre elas taxas diferenciadas, distribuição de resultados e presença pulverizada, grandes responsáveis pelos 27% de crescimento no número de cooperados entre os anos de 2012 e 2015.

Leia a reportagem completa abaixo:

O fechamento das torneiras de financiamento e as condições benéficas oferecidas aos associados estão fazendo das cooperativas uma alternativa para pequenas empresas em busca de crédito. Vantagens como taxas diferenciadas, distribuição de resultados e presença pulverizada fizeram o número de associados das cooperativas de crédito dobrarem nos últimos seis anos, com expansão de 27% entre 2012 e 2015.

Dados do Banco Central indicam que em 2015 o segmento respondeu por 1,81% dos ativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN), com 2,07% da carteira de crédito e 3,49% dos depósitos, contra 1,64% e 1,40% em 2008. O crescimento das pessoas jurídicas (PJs) entre os associados é o mais expressivo. Eram 429 mil em 2012, 7% do total, mas chegaram a 800 mil em dezembro, alta de 86%, contra 41% das pessoas físicas. Em março, eram 882,4 mil PJs, a maioria de pequeno porte.

A capilaridade ajuda: são mais de 4,4 mil postos de atendimento em 44 % dos municípios brasileiros, atendidos por quase 1,1 mil cooperativas diferentes. Os custos também são atraentes. Sem fins lucrativos, taxas de juros e tarifas são menores e o resultado financeiro retorna para os associados ao final de cada exercício, diz Thiago Borba Abrantes, coordenador do ramo crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). “Em 2015, as cooperativas distribuíram R$ 4,21 bilhões”, registra.

Medidas como estabelecimento do fundo garantidor, em 2013, padronização de auditoria e acordos com o Sebrae reforçaram a imagem do setor. O Sebrae apoia cooperativas de crédito com aptidão para atuar com microempreendedores individuais (MEIs) e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) desde 2011 e até 2014 contemplou 18 projetos de 185 cooperativas.

“O incremento do crédito para os pequenos negócios no período foi de 11,66% no SFN e 31,2% no Sistema Financeiro Cooperativo”, destaca o presidente Guilherme Afif Domingos. A segunda fase do programa se estende até 2017 e tem oito projetos em andamento, sendo dois de intercooperação, com uma cooperativa madura apadrinhando outra em estágio inicial.

Um terço das 1074 cooperativas do país têm foco no segmento. A atuação delimitada amplia o conhecimento sobre o cooperado, o que ajuda bastante quando o interesse é crédito. No último ano, a carteira cresceu 13% sobre 2014, chegando a R$ 76,1 bilhões. Em março, atingiu R$ 76,8 bilhões, alta de 8,5%, segundo dados fornecidos pela OCB. No Sicredi, que representa cerca de 1,3% do SFN, o número de associados pessoas jurídicas cresceu 9,3% em junho último sobre o mesmo mês de 2015, com destaque para microempresas com faturamento de até R$ 360 mil anuais, com expansão de 12%.

Em dezembro a instituição registrou R$ 52,5 bilhões de ativos e carteira de crédito de R$ 30,4 bilhões. Em junho, eram R$ 6,4 bilhões para pessoas jurídicas, com micro e pequenas empresas com faturamento inferior a R$ 6 milhões respondendo por R$ 4,09 bilhões, 1% menos que em junho do ano passado. Segundo o diretor de produtos e negócios do Banco Sicredi, Romeo Balzan, as taxas cobradas são cerca de 30% menores que as do sistema privado.

Para desconto de cheques e duplicatas as taxas variam entre 2% e 5,9%; cheque especial, de 6,8% a 13%; capital de giro para 360 dias, de 2,2% a 5,8% ao mês. “O diferencial é o modelo, o produto é commoditizado”, diz Balzan. O Sicredi reúne 95 cooperativas, 3,4 milhões de associados, 1,5 mil pontos de atendimento e 4 mil ATMs em 20 Estados e recentemente inaugurou unidade de atendimento na Avenida Paulista, em São Paulo. A meta é abrir 106 novas agências em 2016, contra as 88 de 2015.

No Unicred, em 2015, o número de correntistas cresceu 9,8%, chegando a 209,5 mil, e o volume de ativos, 20,5%, chegando a R$ 9 bilhões. No Sicoob, sétimo maior banco do país com 497 cooperativas, 3,4 milhões de associados, 2,48 mil pontos de atendimento e ativos de R$ 63 bilhões, o número de contas PJs cresceu 15% este ano, chegando a 431,8 mil, das quais 92% com faturamento inferior a R$ 3,6 milhões.

O crédito é o produto predileto. A carteira total cresceu 9,65%, mas o avanço chegou a 17,41% para as micro e 24% para as pequenas. Como exemplo, a carteira do Bradesco para MPMEs caiu 10,2% entre março de 2016 e março de 2015. “Atendimento, taxa de juros, serviços oferecidos e mais conhecimento atraem os pequenos”, diz o diretor geral do Sicoob, Francisco Reposse Junior.

Fonte: Martha Funke | Para o Valor, de São Paulo e brasilcooperativo.coop.br

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