Cooperativismo quer ser o modelo de negócios mais sustentável até 2020

Representantes do setor discutem caminhos para alcançar a meta durante conferência da ACI-Américas, no Guarujá (SP)

Guarujá (09/10) – Na noite desta terça-feira (8/10), os cooperativistas das Américas reafirmaram o seu compromisso com o desenvolvimento da prática cooperativista no mundo. Ficou claro, em todos os discursos proferidos durante a abertura oficial da XVIII Conferência Regional da Aliança Cooperativa Internacional para as Américas (ACI-Américas), o comprometimento das lideranças do setor com as metas da Década do Cooperativismo. O movimento quer ser o modelo de negócios líder em sustentabilidade econômica, social e ambiental, o mais conhecido e preferido das pessoas, mantendo um crescimento rápido e intenso..

FELICIDADE COMO DIFERENCIAL – Falando em nome de todo o movimento cooperativista brasileiro, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, ratificou a missão natural das cooperativas. “O cooperativismo pode mudar o mundo, e temos provado isso todos os dias, ainda mais fortemente com a comemoração de 2012, o Ano Internacional das Cooperativas. Mostramos que o cooperativismo faz e fará a diferença no mundo moderno, que é capaz trazer equilíbrio e gerar mais felicidade às pessoas. E que, nesses próximos dez anos, especialmente, mostremos ao mundo que realmente podemos construir um mundo melhor para todos”, destacou.

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A VOZ DO COOPERATIVISMO – A força do movimento, econômica e social, foi ressaltada pela presidente da ACI, Pauline Green, em seu pronunciamento. “Temos no mundo 1 bilhão de pessoas que dedicaram parte das suas vidas à prática do cooperativismo. Não por idealismo, mas porque, pelas cooperativas, conseguiram levar alimento à mesa das suas famílias e conquistar diversas outras coisas que sozinhas, certamente, não conseguiriam. O papel de todos nós é fazer com que a voz dessas pessoas seja ouvida em todos os cantos do mundo, seja pelo governo, pela sociedade ou pela imprensa“.

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CONSOLIDANDO O FUTURO – O presidente da ACI-Américas, Ramon Imperial, assim como Freitas, acredita que o movimento ganhou impulso a partir de 2012, contribuindo para ecoar a voz de todos os cooperativistas. “Vejo nas cooperativas uma renovação, e nós precisamos disso. Sem dúvida, o Ano 2012 marcou o renascimento do movimento cooperativista. Agora, o mais importante é viver bem o presente e consolidar o futuro“. Sobre o que vem pela frente, Imperial frisou: “Primeiro, temos de reconhecer a nossa essência, com um capital forte. Também precisamos resgatar a nossa orientação social. Da mesma forma, há a necessidade de juntar esforços e conquistar marcos legais. Para isso, temos de reforçar a participação ativa dos associados. Tudo isso vai levar à sustentabilidade do cooperativismo no mundo, e a América é um dos motores para atingirmos esse estágio”, frisou.

“O ano de 2012, Ano Internacional das Cooperativas foi importante para as cooperativas? Esta é uma pergunta importante que devemos nos fazer. O ano deu um novo impulso, uma renovação ao cooperativismo. Creio que o ano de 2012 entrará para a história como o ano que impulsionou o cooperativismo.”

A América é a região que mais está crescendo no cooperativismo, mas tendemos a focar muito no lado social do cooperativismo, muitas vezes nos descuidando de alguns dos objetivos fixados para a Década Cooperativa. A América tem condições de impulsionar o cooperativismo mundial e precisamos fazê-lo.”

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MUDANDO REALIDADES – Nesse sentido, Eudes Aquino, presidente da Unimed do Brasil, convidou o público para uma reflexão: “Qual o nosso papel, como cooperativistas, na construção de um mundo, de uma humanidade melhor?”, disse. E respondeu, na sequência: “Temos o dever e o compromisso de lutar por uma Pátria homogênea, de transformar realidades marcadas por desigualdades sociais. Nenhum país pode caminhar bem sem equacionar essas questões, de natureza social. Muitos sistemas já foram testados, mas nenhum deles foi realmente inclusivo. E o cooperativismo tem essa característica. Para começar, devemos praticar, de fato, a cooperação. Com certeza, conseguiremos reverter esse quadro”. E fechou sua fala fazendo um novo convite aos cooperativistas: “Nós precisamos protagonizar o amanhã. O cooperativismo é a chave desses novos tempos. Vamos cooperar por uma humanidade melhor”.

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CAMINHO CERTO – Representando o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura e Abastecimento, como cooperativista convicta, ressaltou: “Não há caminho possível que não pela associação, pelo cooperativismo. O nosso estado, por exemplo, é formado principalmente – 53% – por pequenos e médios produtores. Por esse modelo de negócios, é possível investir na produção de forma sustentável, aliando o econômico ao social e ao ambiental. Assim, os produtores prosperam na atividade, geram trabalho e são mais bem remunerados. E os benefícios também chegam direto ao consumidor. Acho que estamos no caminho certo. O cooperativismo não é um sonho. Ele está consolidado em princípios e valores”, comentou.

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INVESTINDO NA INTERCOOPERAÇÃO – O presidente do Sistema Ocesp, Edivaldo Del Grande, também destacou alguns desafios do cooperativismo mundial. “Temos de aproveitar momentos como esse e praticar a intercooperação, sempre com o objetivo de melhorar cada vez mais a vida dos nossos cooperados. Essa é nossa missão. Para isso, precisamos mostrar a nossa força e faremos isso, intensificando a nossa atuação política durante a Década do Cooperativismo. Estaremos unidos, lutando para que esse movimento floresça”, disse.

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MOTOR DE DESENVOLVIMENTO – Charles Gould, diretor Geral da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), também destacou o poder de transformação do cooperativismo. “Em novembro, realizaremos a nossa assembleia geral, na Cidade do Cabo. Pela primeira vez, o evento ocorrerá no continente africano, que tem passado por mudanças sensíveis, caminhando para o crescimento e com promessas sustentáveis. Grande parte disso é devido às cooperativas. Por elas, os agricultores africanos estão se organizando e levando desenvolvimento para as suas comunidades”, ressaltou. Gould ainda fez referência aos indicadores do setor. “Lançaremos em novembro os novos indicadores do cooperativismo, que mostram claramente o seu crescimento, se posicionando como parte necessária na economia global. E as cooperativas sul-americanas são muito importantes nesse contexto, com grande destaque para as brasileiras. Tenho certeza de que a Década do Cooperativismo será um marco de um crescimento ainda maior”, disse.

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FORÇA COOPERATIVISTA – Fechando os pronunciamentos, Manoel Marinho, diretor Regional da ACI-Américas, disse: “Sabemos da força das nossas cooperativas. Reunimos aqui representantes de 90 organizações cooperativas sul-americanas, formadas por mais de 260 mil associados, responsáveis pela geração e mais de 250 mil empregos diretos. Não tenho dúvida de que a nossa região vai ser o motor do desenvolvimento do cooperativismo no mundo”.

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CONFERÊNCIA – O evento, que tem o apoio do Sistema OCB, também é uma realização da Unimed do Brasil. Os debates se estendem até esta sexta-feira (11/10). Acompanhe pelo Informativo OCB outras questões levantadas durante a XVIII Conferência Regional da ACI-Américas.

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FILIAÇÃO – Uma cooperativa e uma empresa vinculada ao Sistema Cooperativista do Brasil ingressaram ontem na aliança Internacional cooperativa como instituições membro. As novas aliadas da ACI na defesa do cooperativismo são a Sicredi Pioneira – primeira cooperativa de crédito da América Latina, com sede em Nova Petrópolis (RS) – e Seguros Unimed, empresa vinculada ao Sistema Unimed. Além delas, cooperativas de diversos países – incluindo EUA, Costa Rica, Jamaica e Argentina – se filiaram à ACI.

participacoes XVIII Conferencia ACI Americas

Fonte: OCB

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