O movimento de contestação ao sistema financeiro “Ocupe Wall Street” ganhou uma versão local no Brasil, porém focada contra a atuação das grandes instituições financeiras, que impõem preços e padrões de serviço.
Diferentemente dos EUA, onde é um movimento social, a bandeira aqui é levantada por corretoras independentes, butiques de investimentos, cooperativas de crédito e instituições financeiras de pequeno porte que desafiam a concentração do setor oferecendo taxas competitivas e serviços diferenciados, informa reportagem de Tatiana Freitas e Toni Sciarretta publicada na edição desta segunda-feira da Folha.
Se nos EUA os manifestantes pregam a retirada dos depósitos mantidos nos bancos para levar às cooperativas de crédito, sem fins lucrativos, os contestadores no Brasil tentam romper o preconceito quanto à fragilidade das pequenas instituições.
Um dos argumentos é a segurança total para os CDBs e contas até R$ 70 mil.
Cooperativas de crédito como a Secres (funcionários da Sabesp) oferecem taxas de 1,49% ao mês para “adiantar” o dinheiro da restituição do Imposto de Renda. No Bradesco e no Santander, a taxa é de 2,45% e 3,29% ao mês.
OUTRO LADO
De acordo com a Febraban (Federação dos Bancos), o brasileiro vê os bancos como agentes do desenvolvimento e o crédito como uma conquista da estabilidade.
“Não há um descontentamento. A discussão aqui é de nível de juros e de spread (diferença entre taxas captadas e repassadas), mas quem verbaliza isso é parte da indústria”, diz Rubens Sardenberg, economista da Febraban.
Quanto às pequenas instituições, a visão é que se trata mais de uma chance para ganhar mercado do que uma crítica à concentração. “Estudos mostram que não há relação entre concentração e alta rentabilidade.
Fonte: Folha.com