O Brasil tem 1,4 agência bancária e 15,1 mil canais de distribuição de produtos financeiros por dez mil adultos. Os números deixam o Brasil em situação melhor que os demais países em desenvolvimento, porém bem abaixo dos países desenvolvidos. Esses e outros dados fazem parte do “1º Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central: Construindo um Mapa da Inclusão Financeira no Brasil” divulgado na quarta-feira (17), durante o II Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Brasília.
Antes de apontar alguns números do relatório, a consultora do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do BC, Elvira Cruvinel Ferreira Ventura, explicou que o documento reflete a primeira edição do Fórum, realizado no ano passado, em Salvador. “Os resultados indicam a necessidade de, para efetivo diagnóstico, organizar e consolidar essas informações, dando início à construção do mapa da inclusão financeira brasileira”, disse.
A consultora explicou ainda que, o primeiro passo para a confecção do relatório foi organizar e consolidar dados e informações disponíveis no banco de dados do Banco Central, oriundos das instituições financeiras. Também foram utilizadas informações de outros países, como o México, para servirem de parâmetro. “Esse mapa se consubstanciará com a realização de pesquisas em parcerias institucionais e será significativo para estruturação de políticas de inclusão financeira, com metas e indicadores associados, a partir de 2011”.
No relatório são considerados canais de distribuição as agências bancárias, postos de atendimento Bancários (PAA), postos avançados de atendimento bancário eletrônico (PAE), correspondentes no País, cooperativas de crédito e postos de atendimento cooperativo (PAC).
O relatório apresenta indicadores demográficos e geográficos com relação a cada canal de distribuição, por região e unidade da Federação. Tais indicadores devem ser analisados conjuntamente, já que possuem focos distintos, porém complementares, no exame do nível de capilaridade da rede de atendimento ao usuário do sistema financeiro.
O indicador “número de agências por 10 mil adultos” revela que a Região Norte está 45% abaixo da média nacional, que é de 1,36. Da mesma forma, a Região Nordeste, que tem maior densidade demográfica, possui posição semelhante, 47% abaixo da média. Por outro lado, a Região Sul possui o maior índice, 28% superior à média nacional, seguido da região Sudeste, 27% superior, e, por último, a região Centro-Oeste, 4% acima da média.
Com relação à distribuição geográfica, o País possui 2,33 agências por mil quilômetros quadrados, embora a variação seja grande quando são comparadas as cinco regiões brasileiras. A Região Sudeste possui, aproximadamente, cinco vezes mais agências por mil km² do que a média nacional, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste sequer alcançam uma agência por mil km². Cabe ressaltar que contribuem para o baixo índice as extensas dimensões dessas regiões e sua baixa densidade demográfica, especialmente no tocante ao Norte.
“Com o levantamento das informações, o Banco Central espera em 2011 ampliar a abordagem do tema inclusão financeira, além de aprofundar a articulação dos atores envolvidos, uma vez que estão mais claras as necessidades do setor e os objetivos pertinentes à instituição. Para tanto, está sendo realizado o II Fórum, que pretende aprofundar as discussões dos temas apresentados nesse documento”, finalizou Elvira Cruvinel.
Como desafios para aprimorar o processo de inclusão financeira da população, a consultora listou o aprimoramento e a adequação dos dados, a necessidade de massificação dos serviços de crédito, o fortalecimento da estrutura institucional, e o enfrentamento do desafio da educação financeira e do consumidor.
O ‘1º Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central: Construindo um Mapa da Inclusão Financeira no Brasil’ está disponível na íntegra no site do Banco Central. (link)
Fonte: Capitalnews.com.br