Selic em 10,50%: Banco Central interrompeu o ciclo de cortes

Comitê de política monetária (Copom) decidiu, unanimemente, por manter a Selic inalterada em 10,5% nesta quarta-feira (19/06/2024).

Após sete reduções seguidas na taxa básica brasileira, a Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes de juros nesta quarta-feira (19).

Com isso, o colegiado manteve os juros básicos do país inalterados no patamar de 10,50% ao ano (a.a.).

A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano.

Em janeiro, por exemplo, a previsão era que a Selic terminaria 2024 em 9% (a.a.). Agora, a maior parte do mercado espera que a taxa básica permaneça no atual patamar de 10,50% (a.a.) até o final do ano – e que novos cortes aconteçam somente em 2025.

Com a manutenção dos juros já precificada entre os analistas, as atenções ficaram voltadas para o comunicado divulgado após a decisão do Copom e pela divisão dos votos entre os diretores – tema que gerou polêmica na última reunião, quando houve uma racha entre a diretoria e sucessores. No encontro desta quarta-feira, todos os diretores votaram pela manutenção das taxas.

Entenda nesta reportagem por que o Banco Central decidiu interromper o ciclo de cortes de juros e quais os sinais da instituição para o futuro da Selic.

Por que o BC decidiu interromper o ciclo de cortes de juros?

Segundo economistas consultados pelo g1, o principal motivo para a pausa nos cortes da Selic foi a maior desancoragem das expectativas de inflação.

“A desancoragem que já existia na semana passada aumentou. E não aumentou pouca coisa, aumentou muito”, afirma a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, reiterando que as últimas sinalizações dos diretores do Copom também indicam esse como o principal fator para a tomada de decisão.

Segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira após a decisão, o colegiado afirmou que o ambiente externo se mantém adverso, “em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países.”

Os diretores também afirmaram que o conjunto de indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho brasileiro continuam apresentando um “dinamismo maior do que o esperado”.

Entre os fatores de risco de alta de inflação citados pelo Copom no comunicado divulgado após a decisão, estão:

  • uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e
  • uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

Já entre os riscos de baixa estão:

  • uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e
  • os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

“O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional seguem mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária”, disse o colegiado no comunicado.

Fonte: g1.com

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