Cooperativas de crédito incentivam a educação financeira em Santa Catarina

Responsáveis por gerar mais de 8 bilhões para a economia de SC, as cooperativas trabalham no desenvolvimento do conhecimento financeiro de seus associados.

A primeira cooperativa de crédito de Santa Catarina surgiu na cidade de Itapiranga, no ano de 1932. A cidade, conhecida pela colonização alemã, teve a cooperativa formada por imigrantes, e faziam parte dela os agricultores, comerciantes, prestadores de serviço e artesãos. Atualmente, existem 65 cooperativas de crédito no estado, responsáveis por um faturamento de 8,7 bilhões da receita catarinense.

Um dos papéis desempenhados pelas cooperativas de crédito é ajudar os seus cooperados a tomarem as melhores decisões quanto ao seu dinheiro. A pandemia trouxe uma nova perspectiva para diversas pessoas, que estão cada vez mais buscando novas maneiras de investir o seu dinheiro. Esse é o caso da assistente de marketing, Daiane Gohlke. Visando um futuro financeiro mais seguro para a sua filha, ela e o marido, resolveram conhecer mais as possibilidades e há oito meses estão investindo o seu dinheiro.

“Após acompanhar algumas lives nas redes sociais, percebemos o quão desinformados estávamos sobre a nossa questão financeira. E pensando no futuro de nossa filha, resolvemos estudar e investir para oportunizar uma melhor qualidade de vida para o futuro dela,” conta Daiane.

O primeiro passo para eles começarem a investir foi buscar conhecimento, e uma das fontes foi a cooperativa da qual fazem parte há alguns anos. Lá, eles encontraram possibilidades de fazer com que o dinheiro trabalhasse mais para eles.

“Primeiramente a escolha por uma cooperativa de crédito se deu pela confiança que temos pela nossa agência e pelo atendimento que é rápido, além de sanar todas as dúvidas e orientações corretas. E investimento na cooperativa sei que sempre teremos maiores retorno a longo prazo também,” explana.

Educação financeira como ponto de partida

O conhecimento sobre finanças, apesar de estar mais presente na vida das pessoas, principalmente na internet, ainda precisa ser debatido. A melhor maneira de fazer isso é investindo em educação financeira. As cooperativas de crédito entendem isso e possuem programas diferenciados para os seus cooperados e não cooperados.

A analista de programas sociais da Sicredi – região da produção e multiplicadora do tema educação financeira, Tatiana do Amaral Paris explica que a relação do ser humano com o dinheiro circula no nosso sistema entre o racional e o emocional. A falta de conhecimento em como lidar com o dinheiro também é um problema entre as pessoas, que apenas será solucionado com a educação financeira.

“Perante um alto índice de desconhecimento de como utilizar o dinheiro a seu favor, a educação financeira busca conscientizar os jovens a partir de um viés comportamental. Perceber como é nosso comportamento em relação ao dinheiro, afinal nossa relação com ele é mais emocional do que racional. Ter sonhos e objetivos, criar estratégias para alcançá-los e colocar em prática são alguns caminhos para criar uma vida financeira próspera e sustentável. Não existe fórmula mágica, por isso é tão importante esse tema ser levado para nossos jovens, para melhor prepará-los para as tomadas de decisões perante os cenários que mudam constantemente em nosso país”, relata Tatiana.

Quando estão ainda em fase de formação, as crianças estão apenas começando a desenvolver seus hábitos e se torna mais fácil explicar para elas sobre dinheiro e como cuidar melhor dele. Por essa questão, diversos programas que trabalham a questão são direcionados para os jovens.

“De fato, a melhor fase é para ensinar sobre educação financeira na infância, pois as crianças estão na fase de adquirir hábitos, o que as torna o público-alvo de iniciativas de educação financeira por excelência”, explica Tatiana.

Porém, muitas pessoas não tiveram acesso a uma educação financeira até depois de adultos, como foi o caso da Daiane, que passou a estudar sobre o tema há pouco menos de um ano. A educação financeira precisa estar presente nas mais diferentes situações.

“Outros momentos importantes, para se falar sobre educação financeira, são as etapas das nossas vidas que requerem uma tomada de decisão relevante, como por exemplo: escolha de uma profissão, casamento, adquirir ou reformar um imóvel, mudar de emprego, ter um filho, sucessão, entre outros. Nestes momentos, a educação financeira, de maneira estratégica e contextualizada, torna-se uma forte aliada para se ensinar sobre finanças”, enaltece Tatiana.

Para Daiane, conhecer mais sobre as suas finanças foi o ponto de partida para aumentar o seu desenvolvimento pessoal e financeiro.

“É extremamente importante sabermos como funciona nosso dinheiro, não somente economizar mas também saber que há opções melhores de investimento do que uma poupança, por exemplo. Penso que em nosso ensino regular nas escolas deveria haver matérias sobre finanças, já orientando nossas crianças e jovens a administrar seu dinheiro, tornando-os adultos conscientes e com o mínimo de dívida possível, assim evitaria vários problemas na economia do país como endividamento familiar, motivo de muitas separações atualmente”, aponta Daiane.

Papel do cooperativismo na educação financeira

Pensando em maneiras de estimular o conhecimento financeiro do cooperado e do futuro cooperado, as cooperativas investem em programas de educação. A Sicredi, por exemplo, realiza o programa Cooperação na Ponta do Lápis, com o propósito de ensinar sobre vida financeira e sustentável.

O programa acontece de duas maneiras. Uma delas é a elaboração de ações específicas, abertas para todos os públicos, como associados, colaboradores da cooperativa, crianças, jovens, pessoa física e pessoa jurídica. Nesses momentos, são contextualizados a educação financeira e a relevância do assunto.

A outra é a Jornada da Educação Financeira nas Escolas, formando de maneira completa os professores com a intenção de desenvolver o tema no currículo escolar.

“Acreditamos que, com a nossa força, podemos levar a Educação Financeira a todas as nossas localidades, apoiando diretamente nossos associados e comunidades locais,” finaliza Talita.

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Fonte: g1.globo.com

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