39,5% não têm conta bancária, diz Ipea

Estudo aponta maior bancarização na Região Sul e menor na Região Nordeste e revela perfil dos que desejam se tornar correntistas

Uma expressiva parcela da população brasileira ainda permanece excluída do sistema bancário. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem, indica que 39,5% dos brasileiros não têm conta em banco. A porcentagem é ainda maior na Região Nordeste: 52,6%. Já a Região Sul aponta a menor porcentagem, com 30% da população sem acesso a bancos.

Segundo o estudo, as mulheres constituem a maior parte da população fora da rede das instituições financeiras. Atualmente, 55,5% das mulheres do País possuem conta, ante 66% dos homens. Já a população jovem está tendo acesso mais cedo aos serviços bancários, enquanto os maiores de 45 anos tiveram avanço menor. Dos entrevistados entre 18 e 24 anos, 51,9% declararam ter conta, mas apenas 11,8% têm a conta há mais de cinco anos.

Dos brasileiros excluídos do sistema bancário, 40,6% desejam ter uma conta corrente e 26,6% acreditam ter condições financeiras necessárias e atrativas para as instituições. O porcentual daqueles que almejam uma conta é maior nas seguintes faixas da população: mulheres jovens (com menos de 24 anos), pessoas com ensino fundamental completo, pessoas com renda de até dois salários mínimos mensais e residentes nas Regiões Norte e Nordeste.

ESCOLHA: A motivação para a escolha da instituição financeira tem características regionais bem definidas, segundo o estudo. A influência da empresa onde o cidadão trabalha é a única exceção, já que é fator decisivo em todas as partes do País, com destaque para o Sudeste.

A tradição no relacionamento com o banco, pessoal ou familiar, tem grande relevância na Região Sul, sendo seu valor quase o dobro do índice nacional.

Já a confiança na instituição tem maior importância nas regiões menos desenvolvidas economicamente, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A localização do banco, por sua vez, tem peso destacado na Região Sudeste e a falta de alternativas, no Norte.

A compreensão sobre a principal função de um banco, outro aspecto abordado na pesquisa, também apresenta diferenças regionais. No Sudeste e Sul, há uma menor percepção da relevância da concessão de crédito em comparação com o resultado nacional. Já nas regiões menos desenvolvidas economicamente, como Nordeste e Norte, os entrevistados atribuem maior importância a essa atividade.

Na divisão por sexo, o estudo mostra que os homens dão maior importância ao crédito do que as mulheres (5,4% e 3,6%, respectivamente). O público feminino, por outro lado, se mostra mais interessado nos produtos e serviços oferecidos pelos bancos, com 31,4% ante 24,4% dos homens.

Para a elaboração do indicador, o Ipea ouviu 2.770 brasileiros em todos os Estados. A margem máxima de erro por região é de 5%.

Fonte: Estadão

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