Plataformas digitais: Este tema é de fato prioridade às Instituições Financeiras Cooperativas? Por Marcos Vernei Schuster

O Sistema Cooperativista de Crédito no Brasil frente à inovação disruptiva gerada pelas FintechsHá alguns dias, publiquei o artigo “O Sistema Cooperativista de Crédito no Brasil frente à inovação disruptiva gerada pelas Fintechs” (https://www.linkedin.com/pulse/o-sistema-cooperativista-de-cr%C3%A9dito-brasil-frente-%C3%A0-gerada-schuster) que trata sobre o desafio das Instituições Financeiras Cooperativas no Brasil acompanharem a rápida mudança no comportamento das novas (e atuais) gerações principalmente a partir do advento das Fintechs.

Em complemento, já com o objetivo de iniciar este debate entre profissionais e lideranças do segmento, foi criado o grupo Fintech Cooperativa. (https://www.linkedin.com/groups/12048459).

Ocorre que, aqueles que acompanham o dia-a-dia das Cooperativas Financeiras no Brasil sabem que ainda há outros (enormes) desafios a vencer, podendo suscitar a seguinte dúvida: Será que este tema (Fintechs) efetivamente é prioridade?

Para contribuir e, de certa forma, concordar com esta linha de raciocínio, listo abaixo alguns destes desafios:

– Implantar de “fato” adequada governança cooperativa com ênfase em efetiva segregação da direção estratégica e gestão executiva;

– Intensificar a capacitação técnica das equipes e aprimorar a oferta de “soluções financeiras” com serviços de orientação consultiva aos associados/cooperados, ampliando o nível de participação de mercado (principalmente em grandes centros urbanos), os ganhos de eficiência, produtividade e economia de escala;

– Reforçar os programas de educação cooperativista, com foco em formação de novas lideranças/dirigentes, além de aperfeiçoar a participação e representatividade dos associados/cooperados a fim de que assumam efetivamente o papel de donos do negócio;

– Gerenciar adequadamente a convivência dos sistemas “legados” com as novas tecnologias, principalmente relacionadas ao autoatendimento.

De fato, são tantos desafios que cansa só de ler, não é mesmo?

Mesmo assim, se queremos (e precisamos) manter o nível de competitividade das cooperativas financeiras nos próximos anos, precisaremos atribuir adequada prioridade e inserir este novo tema em nossas agendas e investimentos a partir de agora!

Do contrário, corremos o risco de “pagarmos esta conta daqui a alguns anos”, quando perceberemos que nosso quadro de associados/cooperados envelheceu e as novas gerações, aderiram preponderantemente às plataformas e instituições digitais do mercado.

* MARCOS VERNEI SCHUSTER atua há mais de 23 anos no mercado financeiro, com experiência em áreas de negócios, controladoria, governança corporativa e Tecnologia da Informação. Dentre outros cargos, atuou como gestor de Startup participante do PRIME – Primeira Empresa Inovadora da FINEP. Atualmente é Diretor-Administrativo da TRANSPOCRED (Cooperativa que atua em SC e RS e integra o Sistema CECRED). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e Certificado CPA-10 pela ANBIMA. Graduado em Ciências Contábeis, com pós-graduações em Finanças, Marketing e Gestão e Inteligência Competitiva.

1 comentário

  1. Creio que os inúmeros desafios operacionais (muito bem sintetizados por você, Marcos) para elevar a competitividade das cooperativas deixam pouco espaço para a reflexão e o desenvolvimento de estratégias relacionadas às profundas mudanças do mercado financeiro que se anunciam. Adicionalmente a grande complexidade e incerteza sobre como e quando uma eventual disruptura do mercado financeiro ocorrerá também dificultam traçar cenários e desenvolver estratégias. A iniciativa de estimular este debate é meritória e contribuiu para um maior compartilhamento de conhecimentos. Parabéns!

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