O futuro próximo do agronegócio, por Ademar Schardong

O agronegócio é um dos principais indutores de crescimento da economia nacional, representa 25% do PIB e 40% das exportações do país. É um setor com grande capacidade de investimento e também de geração de emprego e renda. Envolve cerca de 35 milhões de trabalhadores e R$ 450 bilhões de valor de produção.

Nos últimos anos, o agronegócio tem se desenvolvido a uma velocidade muito alta, principalmente, em função da aplicação de tecnologia nos insumos e nos maquinários, refletindo em aumentos de produtividade. A tecnologia também auxilia na previsão do clima para as safras, tornando-se uma ferramenta de apoio à tomada de decisão do produtor. Tudo para evitar possíveis perdas de rendimento na lavoura e na pecuária. Como fator positivo, destacam-se os prognósticos atuais para a próxima safra, que indicam normalidade para o período de plantio.

Mesmo com a acomodação de preços dos grãos esperada para a safra 2013/14, resultante de uma grande projeção de aumento da oferta mundial de grãos (+5,5%) e um menor crescimento recente da economia chinesa, os produtores ainda deverão ter margens positivas. As sinalizações são de que estamos entrando no quinto ano de resultados favoráveis ao agronegócio.

O quadro da safra 2012/2013, quando a euforia de plantar com preços recordes e com perspectivas de rentabilidades extraordinárias dominou as expectativas, não deve se repetir. Nas safras com preços extraordinários, todos ganham. Quando há uma acomodação de preços, tornam-se mais relevantes as diferenças de tecnologia, de fertilidade do solo e, em última instância, do manejo para os resultados do produtor, o que evidencia a importância da aplicação adequada dos recursos.

Não se pode deixar de mencionar que ainda existem problemas de infraestrutura a serem resolvidos (estradas, portos, ferrovias, armazenagem, entre outros) e os impactos negativos ainda serão sentidos na próxima safra. A infraestrutura carente precisa ser modernizada e ampliada, de maneira a não onerar excessivamente o produtor “fora da porteira”.

Para o Brasil, projeta-se que a safra 2013/14 chegue a 190 milhões de toneladas, uma alta de 3,1%, atingindo nível recorde e superando em seis milhões de toneladas a safra que se encerra. Com esse incremento da próxima safra por todo o país, e para estimular cada vez mais o processo de modernização e adequação dos integrantes da cadeia do agronegócio, é fundamental o financiamento destas atividades. O crédito rural oferecido por cooperativas de crédito em todo Brasil é uma das formas mais eficazes para isto acontecer, tendo crescido mais de 50% somente em 2012.

Com base no levantamento das demandas informadas pelas cooperativas, o planejamento inicial do Sicredi para a safra 2013/2014 é oferecer R$ 6,3 bilhões em créditos rurais, o que corresponde a um crescimento aproximado de 21% em relação a safra que está encerrando. Adicionalmente, se prevê o direcionamento de mais de R$ 1,3 bilhão para o financiamento de investimentos de longo prazo, com recursos oriundos do BNDES. Em todo o país, o próximo Plano Safra 2013/2014, divulgado pelo governo em 4 de junho, irá disponibilizar R$ 136 bilhões no mercado por meio de financiamento aos produtores rurais de todos os portes, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As operações de crédito devem iniciar em 1º de julho, juntamente com o calendário oficial da nova safra.

Ademar Schardong – Presidente-executivo do Sicredi

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